| Sacramentais
Acções eclesiais que não pertencem aos sete sacramentos, mas são também sinais da graça que nos vem de Cristo, por intermédio da Igreja. “Sinais sagrados com que, imitando de algum modo os sacramentos, se expressam efeitos, sobretudo espirituais, obtidos pela intercessão da Igreja. Por eles, os homens dispõem-se a receber o efeito principal dos sacramentos e se santificam nas diversas circunstâncias da vida” (cfr. SC 60-61; 62-63.79). Em sentido estrito: bênçãos, exorcismos, dedicação das igrejas e altares, consagração das virgens, profissão religiosa, exéquias, exposição e bênção com o SS.mo Sacramento, coroações de imagens, rogações, etc. Em sentido lato: acções que formam parte de outras celebrações, p. e. imposição das cinzas, adoração da cruz, lava-pés, bênção das velas e dos ramos, etc.
| Sacras
Pequenos quadros, outrora colocados no altar, encostados à banqueta, com algumas orações da Missa, para ajuda de memória.
| Sacrário
Também chamado tabernáculo, é o armário ou caixa onde se guarda a Eucaristia. Nos primeiros séculos, a Eucaristia era confiada aos fiéis, que a guardavam (Reserva) em casa. No séc. IV, quando, terminando as perseguições e a Igreja pôde edificar, começaram a construir-se igrejas e a reserva do SS. Sacramento fez-se numa dependência chamada secretarium ou sacrarium, nome que no séc. XIV passou a designar sacrário ou tabernáculo. Também se reservou a Eucaristia num objecto em forma de pomba, sobre o altar.
| Sacristia
Sala anexa à igreja, onde os ministros se revestem com os paramentos sagrados e se preparam para a celebração. O nome sacristia indica proximidade do sagrado. Aí se guardam vestes, objectos e utensílios litúrgicos.
| Sanguíneo
Pano de linho branco, de forma rectangular, usado para enxugar o cálice, bem como os dedos e lábios do celebrante.
| Sino
Do latim signum, sinal. O uso de campainhas perde-se na noite dos tempos, tanto no domínio profano como sagrado. Já no A. T. se fala delas nos ofícios sagrados (cfr. Ex 28, 33-35; Si, 9). Do mesmo modo, foram utilizadas com outros instrumentos nos começos da era cristã para a convocação das assembleias. Com a paz de Constantino e com o monaquismo nascente, desenvolveram-se as suas capacidades de chamada. Deste modo nasceram os sinos, porventura pelo séc. VI. Desde o séc. VIII, os sinos atingem o lugar de destaque e desenvolveu-se um rito especial para os benzer: lavagem, unção, incenso (espécie de rito de “baptismo” dos sinos), antes de ser ouvir o seu som. Ainda hoje desempenho a sua função com nobreza, sem comparação com o ruído malfazejo das bocas acústicas.
| Sobrepeliz
Do latim, superpellicium (sobre a peliça). Veste ligeira, branca, sem mangas que os clérigos envergam pela cabeça e usam, nos ofícios solenes, sobre a sotaina (batina), cobrindo o busto.