| Cabeceira
De caput ecclesiae, cabeceira de uma igreja é o espaço do santuário, onde se situa o altar-mor, por vezes chamada ábside. Toma este nome quando não é redonda.
| Cadeiral
Conjunto de cadeiras fixas, em madeira, de espaldar alto e de braços, dispostas numa ou mais filas, junto das paredes laterais da Capela-mor (ou Coro) ou na tribuna de entrada de uma catedral ou abadia. Com frequência apresenta decoração escultórica. Sob o assento e para apoio e descanso quando estão de pé, estão colocadas pequenas consolas que têm o nome de “misericórdias”.
| Caixotões
Pequenos reentrâncias emolduradas num tecto, abóbada, geralmente de madeira, por vezes, pintados.
| Caldeirinha de água benta
Vaso metálico que recebe a água benzida, usada nos ritos de aspersão do povo, de edifícios ou de objectos, com o auxílio do hissope.
| Cálice
É a taça que contém o vinho para ser consagrado. A tradição litúrgica conheceu cálices de diversas formas e materiais. A actual legislação impõe uma matéria digna não quebrável, que não absorva os líquidos, nem se altere facilmente. Antes de ser usado deve ser benzido.
| Calvário
Morro fora das muralhas de Jerusalém e perto delas, onde Jesus Cristo. foi crucificado com os dois ladrões, em local hoje assinalado pela Basílica do Santo Sepulcro.
| Candelabro
Suporte para receber as velas (candela, em latim) ou círios. Um grande candelabro triangular, para quinze velas, era usado para o Ofício dos dias que antecedem o domingo de Páscoa. O candelabro pascal destina-se a receber o Círio pascal, símbolo de Cristo ressuscitado.
| Capa de Asperges
Paramento litúrgico usado pelos sacerdotes nas acções solenes, fora da missa: sacramentos, exéquias, procissões, bênçãos. Desde o séc. V que a liturgia adoptou a antiga veste romana, usada para sair em tempo de chuva ou de frio. Trata-se de uma veste comprida, sem mangas, usada, habitualmente, nas procissões e funerais, e noutras acções litúrgicas fora da Missa. Também se chama Pluvial.
| Capa Magna
Veste exterior que o Papa, um cardeal ou um bispo usa em circunstâncias solenes, fora das acções litúrgicas.
| Capela
Do latim cappella: pequena capa. A designação de espaço religioso virá talvez do nome dado ao lugar onde se guardava a capa de S. Martinho. As capelas são lugares anexos (formando um conjunto ou complexo) ou integrados num espaço religioso ou residencial (cfr. CDC cân. 1223-1229). Os edifícios independentes ou isolados, também chamados, vulgarmente, capelas, ermidas, etc., tendem a receber o nome de igrejas (cfr. CDC cân. 1214). Este nome foi, ainda, atribuído a diversos conjuntos: coro de cantores, conjunto dos que assistem o bispo (capela pontifical), conjunto ou colecção dos paramentos necessários para a celebração da Missa (capelas branca, roxa, negra, vermelha, rosa, verde, românica, gótica, barroca, etc.) ou o lugar onde se guardam (capela palatina, etc.).
| Capitel
Elemento de arquitectura que coroa o fuste de uma coluna, pilastra ou pilar. Há uma variedade de capitéis de acordo com os diferentes estilos. Na arquitectura clássica reflecte a ordem arquitectónica, podendo ser dórico, jónico, coríntio, compósito ou toscano.
| Carnação
Técnica que consiste em dar cor às partes de uma figura humana não cobertas por panejamentos.
| Cartela
Superfície lisa, emoldurada, aplicada sobre um fundo, destinada a receber uma inscrição, monograma, elemento decorativo ou figurativo.
| Casula
É a veste exterior de uso profano, nos primeiros séculos que se enverga pela cabeça, uma espécie de pequena casa como o nome indica ou tenda. Este manto largo, sem mangas, também se chama “planeta”, que só tardiamente se tornou paramento próprio dos sacerdotes para a celebração da Missa. Deve ser da cor litúrgica da celebração. Tem um carácter simbólico: ao revestir-se com a casula, o sacerdote reveste-se de Cristo, em nome e na pessoa de quem age.
| Catafalco
Estrado alto ou essa, disposto à frente do altar, sobre o qual se coloca o ataúde (féretro, caixão). É, frequentemente, decorado com panejamentos e flores e, junto de si, colocam-se quatro velas, ou melhor, o círio pascal, símbolo de Cristo ressuscitado.
| Cátedra
Do grego Kathèdra, Sede (ou Sé), Cadeira. É a Sede do Bispo que preside a uma Igreja. Nas antigas igrejas estava colocada ao fundo da ábside, no eixo central do edifício. Nas outras igrejas da diocese há também a Cadeira presidencial ocupada por um presbítero, quando “in persona Christi ” e em nome da Igreja, em comunhão com o seu Bispo, preside à Assembleia dos fiéis.
| Cibório
Do grego Kibôrion: «fruto do nenúfar do Egipto» e, por extensão, taça com a forma deste fruto. Trata-se de um vaso sagrado destinado a receber e conservar as hóstias consagradas, para distribuir aos fiéis tanto na Missa como fora da Missa. Diferentemente do cálice tem uma tampa. Semelhante a píxide. É coberta com um pano forrado (estofo) ou conopéu. O cibório (ciborium) é, também o baldaquino monumental que cobre o altar das basílicas antigas.
| Cíngulo
Como a palavra refere, trata-se de um cordão de algodão ou de outro tecido que aperta a alba, nos rins. Ter os rins cingidos para a celebração dos santos mistérios é indicativo da provisoriedade do que celebramos, na espera do que se anuncia: a pressa e a passagem à Terra prometida (cfr. Ex 12,11). Algumas albas modernas são confeccionadas para não usar cíngulo.
| Cinzel
Instrumento cortante numa das extremidades utilizado, principalmente, por escultores e gravadores.
| Círio
Do latim cera: Círio. Originariamente a sua função era utilitária, como os archotes, tanto para os actos rituais, como profanos. Apesar disso, conservaram-se para além da necessidade de luz, como acontecia nas cerimónias ao ar livre, mas com uma finalidade simbólica. Mesmo hoje, este simbolismo permanece, por exemplo numa festa de aniversário. A liturgia usa este simbolismo, pois que nas suas celebrações evoca a Luz que veio a este mundo: o Verbo incarnado. Junto do altar se colocam dois ou seis círios. Os ministros que os transportam chamam-se ceroferários. O Círio tem especial destaque na Vigília pascal e acende-se até ao fim do tempo pascal (Pentecostes).
| Colherinha
Pequena colher metálica usada na missa para juntar uma gota de água no vinho antes da apresentação dos dons (vulgo, ofertório). Esta mistura é a memória de um costume milenar, com um sentido espiritual profundo: “Como esta água se mistura com o vinho... possamos também unir-nos à divindade d’Aquele que tomou a nossa humanidade”. Pequena colher para a comunhão no Sangue do Senhor.
| Coluna
Suporte cilíndrico, em pedra, madeira ou metal de sustentação vertical, com base, fuste e capitel. Uma coluna mais pequena e delgada, adossada a uma parede ou a um pilar chama-se colunelo.
| Conopéu
Do grego Kônôpéion: mosquiteiro. Designa o véu que cobre o tabernáculo (vulgo, véu do sacrário), dando-lhe um aspecto de tenda (tabernaculum, em latim).
| Cornija
Parte superior do entablamento, constituída por cimalha, lacrimal e sófito. Aplica-se também a uma moldura saliente que remata a parte superior de um edifício, de elementos arquitectónicos ou de um altar.
| Convento
Do latim, conventus: assembleia. Refere-se a religiosos reunidos para a celebração. Por extensão (ou corrupção semântica), lugar ou casa de religiosos.
| Cornija
Faixa, horizontalmente saliente da parede, frequentemente sustentada por mísulas, no topo, com gárgula na parte superior e goteira na parte inferior.
| Coro
Também se chama ao lugar dos cantores. Primitivamente, entre o altar e o transepto ou também no meio da nave (v. catedrais espanholas). Também no Coro alto, acima da porta de acesso ou ao fundo da nave, nos conventos femininos.
| Coroa
Adereço em forma de mitra bolbosa, encimada por um globo crucífero ou diadema circular em forma de taça.
| Corporal
Do latim corpus, o corporal é um pano branco que se coloca em cima da toalha do altar (outrora, da pedra de ara) e sobre o qual se depõe a patena e o cálice.
| Coruchéu
Remate de formato cónico ou piramidal: flecha ou pináculo.
| Credência
Do latim, credere. Era a antiga mesa de provar os alimentos e as bebidas para a refeição. Na liturgia, é a mesa onde são colocados os cálices, patenas, cibórios, com as hóstias, o vinho, a água, necessários à refeição sacrificial da Eucaristia, bem como os livros e todos os outros elementos que serão levados para o altar, no momento próprio.
| Cruz
Instrumento do suplício de Jesus, a cruz tornou-se o símbolo da Redenção. A morte de Cristo converteu-a em sinal de vitória (cfr. Jo 12,32). É o centro da celebração de Sexta-feira santa: “Ave crux, spes única”. A tradição conhece a Cruz sem o Crucificado (assim terá sido, por diversos motivos, até ao séc. V), mas não conhece o Crucificado sem cruz (trata-se de uma ignara invenção recente), bem como a recente substituição pelo Ressuscitado. O crucifixo (Cristo crucificado na cruz) é a principal imagem do santuário, junto do altar (atrás, ao lado ou por cima). A cruz tornou-se num símbolo por excelência dos cristãos, evocadora do mistério pascal (morte e ressurreição de Cristo). Aparece nas casas, nas catacumbas, nos túmulos, nos objectos, nas vestes, nos gestos, nos ritos, etc. Cruz peitoral - cruz de metal, mais ou menos preciosa ou trabalhada que os bispos usam ao peito.
| Custódia
Do latim, custodia, (nome impróprio dado ao ostensório), é a caixa metálica que guarda a lúnula que se coloca no ostensório. Quando a lúnula com a hóstia consagrada se guarda no tabernáculo, coloca-se na custódia ou píxide. Chama-se custódia à pequena caixa para levar a hóstia consagrada aos doentes e moribundos. V. Ostensório